Bem, galera, como prometido, cá estamos nós da página com o primeiro capítulo da novel Konoha Hiden <3 Para quem chega agora, a sinopse e o prólogo já estão no blog ;D
Tradução jap/ing por cacatua e tradução ing/port por CDCMandy
CAPÍTULO UM
Presentes de casamento a todo vapor!
Se você questionasse pessoas sobre as “vilas ocultas dos shinobis”, encontraria um grande número de cidadãos – do tipo que não tem apreço algum pelos shinobis e suas casas – que imaginam que essas vilas ocultas são pequenas cidades cercadas por montanhas.
Certamente, esses cidadãos diriam que as vilas ocultas são completamente isoladas do mundo exterior, longe de todas as outras vilas. Uma espécie de “vila flutuante no mar”, atrasada e subdesenvolvida.
Definitivamente, eles diriam que uma vila oculta é um lugar que nenhuma pessoa em sua perfeita consciência gostaria de visitar, e ainda mais um lugar tão difícil de ser encontrado. Uma “vila oculta shinobi” absolutamente tem que ser um lugar assim.
Isso é o que muitos pensavam.
No entanto, a realidade era muito diferente.
Konoha tinha um conhecido monumento em sua entrada: o portão de AUN.
Se qualquer cidadão normal visitasse Konoha pela primeira vez, ficaria admirado com a visão que o receberia após os portões: uma imensa vila transbordando com movimento e população.
A vila estava em constante conservação e desenvolvimento, e de forma alguma estava limitada a áreas meramente residenciais para os moradores. Havia escolas, hospitais, numerosos shoppings e até áreas recreativas. Abastada de tudo que uma pessoa precisa para viver sua vida ao máximo.
Absolutamente qualquer estabelecimento poderia ser encontrado até mesmo apenas no centro da vila. O tamanho de Konoha chegava ao ponto que se você a chamasse de cidade-estado, não seria uma afirmação tão distante da realidade.
Você poderia viver sua vida inteira sem nunca ter pisado os pés fora das fronteiras de Konoha, sem nunca desejar por mais nada, sem nunca sentir falta de qualquer tipo de conforto. E essa metrópole estava situada nas profundezas de uma floresta.
Era realmente isso que a vila de Konoha era: uma enorme cidade que repentinamente se materializou dentro de uma floresta.
Konoha originalmente foi um ponto de aglomeração para diversos shinobis e seus clãs, mas quando um grupo de pessoas habita em algum lugar, ele naturalmente acaba procurando por lugares de onde possam coletar comida. E claro, depois dessa necessidade básica, procuram por um comércio onde possam suprir suas necessidades diárias. Seguindo essa lógica, era apenas natural que outro grupo de pessoas fosse acrescentado à equação: comerciantes de olho numa vila cheia de clientes.
Então aconteceu que um grupo de não-shinobis – vendedores e artesãos que desejavam shinobis como clientes – acabou por viver perto dessas instalações shinobis.
E da mesma forma que os shinobis tinham clãs e famílias, os comerciantes e trabalhadores não vieram sozinhos para a vila. Eles trouxeram seus clãs e famílias junto.
Muitas pessoas comuns mudaram-se para a vila junto de suas famílias por conta do comércio, assim como pessoas que eram originalmente shinobis, mas passaram a exercer profissões diferentes. Havia também aqueles que pensavam consigo mesmos: “Eu não vim de um clã shinobi, mas eu quero mandar meu filho para a Academia Ninja” e habitou a vila com tal intenção.
Famílias shinobis, famílias comerciantes, famílias artesãs... diversas, diversas pessoas de diversos cenários e profissões foram viver juntas na vila.
E enquanto a lua minguava, os meses e anos passavam, foi com essas pessoas que as simples instalações tornaram-se a metrópole que viria a ser hoje.
E essa imensa vila, até os dias atuais, continuava a crescer e evoluir.
O enorme tamanho de Konoha fez com que andar pela vila fosse uma tarefa ardorosa. Andar por tantos quilômetros poderia até quebrar seus ossos.
E ainda assim, por algum tempo, uma pessoa estava correndo cima abaixo a vila de Konoha.
Essa pessoa era Rock Lee.
Ainda não havia nem amanhecido e ele já estava cambaleando enquanto corria pela vila com uma expressão que parecia que poderia morrer a qualquer minuto.
Por que, exatamente, ele estava correndo sozinho àquela hora da noite enquanto todos os outros habitantes fora de missão estavam dormindo?
Não era nenhum tipo de treinamento secreto. Na verdade, Lee não estava nem correndo porque queria. Se pudesse, ele gostaria de voltar para casa e dormir. No entanto, havia uma circunstância que o impedia de fazê-lo.
Tudo começou há mais ou menos um dia atrás...
Naquele dia, o sexton Hokage, Kakashi Hatake, proclamou uma certa missão especial para aqueles que moram em Konoha.
Era uma operação secreta que Naruto Uzumaki e sua noiva, Hinata Hyuuga, absolutamente não deveriam ficar sabendo. Foi claramente anunciado:
“Todos aqueles que comparecem ao casamento de Naruto e Hinata devem levar presentes de casamento”.
Uma missão ridícula, não é verdade? Era algo que todos provavelmente fariam de qualquer forma.
Você certamente assumiria que entre os convidados do casamento existiriam pessoas que já compraram seus presentes, ou que ao menos fizeram planos para isso.
Entretanto, a maioria dos amigos de Naruto e Hinata eram tão jovens quanto eles. Muitos deles não tinham nem ido a um casamento antes, ou estavam indo para o casamento de algum amigo próximo pela primeira vez.
Era provável que por conta da inexperiência da maioria desses convidados, Kakashi havia criado essa missão.
Afinal, enquanto ele parecia calmo e tranquilo por fora, Kakashi era um homem com um bom senso de humor. Essa “missão confidencial” era algo bem do seu feitio.
Tendo dito isso, alguém entre esses convidados havia levado as palavras “missão confidencial” sério demais. Alguém que recebeu o anúncio com muito mais paixão e devoção do que qualquer outro.
Esse alguém, é claro, era a autoproclamada Linda Besta Verde de Konoha: Rock Lee.
“Eu vou retribuir a amizade do Naruto-kun concentrando todo o meu corpo e alma na missão de achar o melhor presente de casamento!”, Lee declarou a Kakashi, e então saiu correndo pelo horizonte.
Lee era uma pessoa que acreditava fielmente que você poderia ter diversas ideias durante bom treino. Ele era intenso demais para ficar apenas sentado esperando ideias. “Colocar meu corpo em ação vai me ajudar a pensar”, foi o que ele pensou.
No entanto...
Lee correu e correu ao redor da vila por diversas vezes, mas não foi capaz de ter ideia alguma.
Bem, pra ser mais preciso, ele pensou em algo.
Em algum momento durante sua segunda volta pela vila, a palavra “haltere”(N/T: Peso de treino, academia) apareceu em sua mente.
Mas isso era ridículo. Até mesmo uma pessoa como o Lee sabia que ninguém dava halteres de peso como um presente de casamento. Assim, sua única ideia foi rejeitada imediatamente.
E apesar disso, ele continuou correndo e correndo, desde então, Lee não teve mais nenhuma outra ideia, ainda mais uma que fosse boa.
Tinha que ser um presente único, que ninguém mais fosse levar, algo que expressasse sua personalidade... um presente que expressasse seu coração... um presente que fosse recebido com prazer, o melhor presente do mundo...
Mas não importava o quanto ele pensasse e pensasse, a resposta certa não vinha.
“Os laços que existem entre mim e Naruto-kun são melhores que halteres...!”, Lee murmurou para si mesmo enquanto corria.
Ele chegou a uma conclusão:
Enquanto ele não pensasse em um bom presente, não pararia de correr!
Ele estava mergulhado de corpo e alma nisso. Sua regra pessoal estava envolvida.
Sua “regra pessoal” surgiu com o propósito de melhorar seu corpo e sua mente durante os treinos. A regra era a seguinte: uma vez que Lee decidisse o que iria fazer, então mesmo que o mundo desabasse ou desaparecesse no dia seguinte, ele ainda assim seguiria sua meta até o fim. Era um princípio que ele seguia com uma devoção surpreendente.
Enquanto ele tivesse que pensar num presente melhor que halters, ele continuaria correndo.
A propósito, Lee não considerava correr ao redor das fronteiras da vila como uma volta.
Da mesma forma que alguém limpa pra cima e pra baixo o chão – com esse exemplo, já dá pra imaginar a cena, né? Para Lee, “uma volta” ao redor da vila significava correr através da vila inteira, cada canto, buraco e rachadura que a vila tinha. Era um jeito bem simples de contar as coisas.
Obviamente, isso significa que a rota de Lee também incluía pular cercas, saltar de galho a galho e correr sobre os telhados das casas. Não era nada fora do comum um shinobi circular pela vila por meios inconvencionais. Na verdade, era incrivelmente normal, tanto que cidadãos comuns não prestavam mais atenção nisso.
Então não havia nenhum proprietário reclamando com Lee por ele estar correndo pelos telhados. No máximo, uma pessoa reclamaria pela manhã: “Um homem sobrancelhudo tava gritando ‘AHHH’ enquanto corria por nosso telhado, ele era muito, muito barulhento”.
Então, sob o vigílio dos atentos olhos de todos os Hokages esculpidos na montanha de Konoha, Lee pulava e corria e saltava através da vila.
Ele manteve o ritmo a noite inteira sem que nenhuma ideia lhe ocorresse.
E foi assim que Lee amanheceu sem pregar os olhos.
Naquele momento, a luz do nascer do sol agora alcançava os rostos esculpidos do monument dos Hokages no centro de Konoha.
“Oito... centos... e sessenta... e quatro...”
A respiração de Lee saía em sons e suspiros roucos enquanto ele cuspia o número.
Sua corrida havia se resumido a um cambaleado delirante, ao ponto que qualquer pessoa andando seria mais rápido que ele.
Lee finalmente alcançou seu limite.
Suas pernas cederam enquanto ele tentava projetar-se para frente, e então, tombaram. Ele nem mesmo tinha a força pra tentar suavizar sua queda, se esborrachou no chão com um audível “TUM”.
Lee jazia imóvel no chão, a cara na terra, e se perguntava onde havia errado.
Primeiro, ele tinha pensando que sua mente ficaria mais clara se ele movimentasse seu corpo. Ele estava errado a respeito disso? Não, isso era impossível. Ele não estava errado. Lee rapidamente rejeitou esse pensamento.
Então, será que foi por que ele plantou bananeira no meio da corrida? Ele pensou que ajudaria a ter uma perspectiva melhor, mas teria sido uma má ideia? Não, às vezes você precisa fazer coisas ousadas para ter novas ideias. Sem mencionar que plantar bananeira ao redor da vila sempre fez parte de seu treinamento. Não foi isso que deu errado também.
Será que foi o método inconvencional de correr de costas? Não, foi um bom método de exercício.
Ele não fez nada de errado.
Mas então, nesse caso, por que ele foi incapaz de pensar em qualquer coisa...?
Lee olhou inconformado para o chão a sua frente. Seu corpo estava fervendo há alguns segundos atrás e agora estava congelando no clima frio da manhã. O suor cobrindo seu corpo parecia gelo e Lee começou a tremer. Ele usou cada músculo de seu corpo além do seu limite e não tinha mais energia alguma para levantar.
“Mesmo o presente sendo para um amigo querido, mesmo eu dizendo que colocaria meu corpo e alma na missão de encontrar um presente. E pensar que eu não fui capaz de ter nenhuma boa ideia. Por que eu sou tão incompetente...?”
Lee fechou os olhos, bravo consigo mesmo por ser tão decepcionante.
Entretanto, ele não podia apenas deixar terminar ali apenas dizendo que era incompetente e inútil. Ele decidiu achar um presente digno mesmo que tivesse que arriscar sua própria vida, então ele não podia simplesmente parar e desistir ali.
Exausto e fatigado, Lee abriu novamente os olhos, chamas de determinação queimando dentro deles mais uma vez.
Mas, uma vez que abriu os olhos, Lee percebeu algo:
Alguém estava em pé na sua frente.
Quando foi que isso aconteceu? Tinha um par de pernas na visão de Lee, com um uniforme familiar. Lee estava surpreso por não ter percebido a pessoa até o presente momento. As pernas pareciam estar olhando para ele.
Lee lentamente se levantou do chão e olhou para cima. Pra ver. Aquela pessoa.
“Neji...” Lee murmurou.
Talvez fosse uma ilusão, ou talvez fosse um fantasma, mas ali estava ele: seu falecido amigo, Hyuuga Neji.
“Correndo sem nenhuma pausa até desmaiar” Neji disse, assistindo-o com seu olhar tranquilo. “Você é o mesmo de sempre, Lee”.
Lee não tinha palavras.
Havia milhares e milhares de coisas que Lee gostaria de dizer a Neji da próxima vez que o visse. Mas com Neji a sua frente, ele foi incapaz de fazer qualquer som.
Mas mesmo que ele não dissesse nada, Neji entendeu tudo.
Por algum motivo, esse foi o pensamento que Lee teve no momento que olhou para os sábios olhos de Neji.
Neji agachou-se próximo de Lee.
“Tem algo que eu tenho que te dizer...” Neji começou, pondo uma mão no ombro de Lee.
As mãos de Neji eram quentes e encorajadoras. Lee repentinamente pensou que era provável que Neji tinha aparecido por estar preocupado com seu estado de exaustão.
“Neji... Eu...”
“Eu sei, não precisa dizer nada”, Neji sorriu, seu longo cabelo balançando. “Lee, lembre bem de uma coisa, mais do que estamina: força física. E, os Hyuugas...”
Neji parou. Não estava aparente se ele terminou o que iria dizer ou não. Sua silhueta foi pega por entre a névoa da manhã, e sumiu.
“... Ahn?”
O vento soprava rapidamente, balançando as árvores próximas e empurrando a névoa matinal.
“Ahn-Espera-Neji...? Neji?!”
Lee olhou para os lados, desesperadamente vigiando os arredores, mas a única coisa que respondeu a sua voz foi o silencio da manhã.
“AHHHHN?! Você-Você não ia me dar conselhos sobre o presente de casamento que eu tanto buscava...? Não foi por isso que você apareceu? NEJIIII?!”
“NEJIIIII?!” Lee levantou bruscamente gritando por seu amigo.
Já era manhã. Muito cedo, mas tarde o suficiente para que a maioria das pessoas já estivesse acordada e se preparando para o novo dia.
Lee olhou desorientadamente ao redor, tentando se situar na circunstancia atual. De alguma forma, parecia que ele tinha desmaiado de sono no meio da estrada. Pelo menos ele não desmaiou fora da fronteira de Konoha.
“Então foi... um sonho”, Lee murmurou para si mesmo, sua boca seca e sedenta por água.
Um curto e efêmero sonho.
Lee sentou atordoado na estrada e abaixou a cabeça.
Neji faleceu há muito tempo atrás. Alguns bons anos já haviam passado.
Mas até mesmo agora, Lee ainda via Neji em seus sonhos ocasionalmente. Eles geralmente vinham durante alguns cochilos no meio de alguma missão extremamente difícil ou quando Lee estava tendo dificuldades para pensar a respeito de algo.
Mas apenas esporadicamente. Na maior parte do tempo, não importava o quanto Lee desejasse vê-lo, Neji não aparecia.
Quando aparecia, os sonhos de Lee eram geralmente sobre intensos treinamentos com Neji, ou saindo em missões perigosas com Neji, os dois em circunstancias difíceis.
Poucos foram os sonhos onde Lee realmente podia encarar Neji e conversar com ele.
A maior parte de seus sonhos eram sobre coisas que já tinham acontecido. Treinos, lutas contra o inimigo ou estratégias de missão. Era sempre Neji falando tranquilamente sobre uma estratégia ou outra, e Lee próximo a ele, escutando atentamente.
Sempre que Lee acordava desses sonhos, frases incoerente saíam de sua boca.
“Bora fazer uma invasão mais dinâmica!” ou “Eu vou na frente, então observe os arredores!”
Todas as coisas que ele não podia dizer para Neji dentro de seus sonhos.
Se eu dissesse isso pro Neji, que tipo de cara ele faria? Como ele responderia?
Ultimamente, estava ficando mais e mais difícil de imaginar como Neji teria reagido.
Lee estava horrivelmente ciente desse fato.
Uma forte voz repentinamente soou atrás dele.
“Lee, que juventude maravilhosa tão cedo da manhã!”
Lee olhou sobre seus próprios ombros para então ver a figura de um homem sorrindo tão intensamente que todos os brancos do dente brilhavam, sua mão erguida num sinal de joia.(hue BR BR)
Era o seu instrutor spiritual, Maito Gai.
Entretanto...
“Ga-Gai-sensei...”
Lee estava sem palavras. O motivo é que Gai, que estava limitado a viver sua vida em uma cadeira de rodas, tinha, de alguma forma, conseguido subir com sua cadeira em cima do telhado de uma casa próxima.
Durante a Quarta Guerra Ninja, Gai arriscou sua vida durante sua batalha com Madara Uchiha, abrindo os Oito Portões. Sua vida havia ao menos sido poupada graças a Naruto, no entanto, sua perna direita perdeu o movimento.
Daquele dia em diante, Gai viveu sua vida numa cadeira de rodas. Mas isso em nenhum momento impediu seu vigor: carvou a palavra “juventude” no molde da sua perna direita e continuou a guiar e encorajar Lee como sempre fez.
Lee ainda estava sem palavras por não conseguir descobrir como seu instrutor havia parado ali com a cadeira de rodas.
De repente-
“TOU!”, Gai berrou um grito de batalha e lançou-se para fora do telhado, junto com a cadeira de rodas.
De alguma forma ele conseguiu alinhar a cadeira de rodas num pouso gracioso, mesmo que com um enorme “POW” no chão.
Lee correu ao encalço do seu instrutor, ofegante e preocupado.
“Sensei, isso foi muito perigoso! Por que você faria algo assim...?!!”
“Existe um grande número de pessoas pelo mundo que acha que não se pode voar numa cadeira de rodas! Então eu decidi mostrar que eles estão errados com o meu próprio corpo!”, Gai falava sobre um assunto tão assustador com uma calma e tranquilidade incríveis.
Tal combinação de shinobi e cadeira de rodas teriam sido absolutamente impossíveis pra qualquer outra pessoa que não tivesse o excepcional controle corporal de Gai e sua capacidade física.
“Todos na vila, Kakashi, Ebisu, Genma, eles ainda me tratam como um shinobi. Isso me deixa feliz. Mesmo que eu devesse ter me aposentado há muito tempo atrás... Então, por conta disso, eu decidi continuar transformando o impossível em possível e continuar sendo eu mesmo!”, Gai disse, fazendo sua pose de Nice Guy. “Essa é a minha juventude, né!”
O discurso de Gai tocou profundamente o coração de Lee. Sempre foi assim. Quando Lee estava sofrendo, quando estava com dor, quando o seu coração parecia que ia explodir em pedaços, cada um dos discursos de Gai o salvaram várias e várias vezes.
Mesmo agora, Lee ficou encorajado após ouvir as palavras de Gai.
Ele queria um dia poder tornar-se um homem magnífico como Gai. Ele queria tornar-se um homem que poderia encorajar outra alma perdida e confusa como a dele próprio.
Esse era um sonho que Lee sonhava até mesmo acordado.
“A propósito, Gai-sensei, o que o senhor tá fazendo aqui?”, Lee finalmente se perguntou, e Gai respondeu num clima leve.
“Meu treinamento matinal, é claro. Eu pensei em passar o dia correndo pra cima e pra baixo através da vila. O que acha, Lee, gostaria de me acompanhar?”
“Obrigada, sensei, mas eu já fiz esse treino hoje”.
“Impressionante. No entanto, aquilo que te incomodava ainda não foi resolvido, foi?”
Os olhos de Lee se arregalaram em surpresa pela observação correta de Gai.
“Com-Como você sabe?!”
“Eu só precisei olhar uma vez pra perceber que você passou a noite inteira treinando e se preocupando com algo. Quantos anos de juventude você acha que nós já temos juntos? Foi por isso que desde o começo eu te disse: ‘que juventude maravilhosa tão cedo’!”.
Foi apenas depois do que Gai disse que Lee percebeu o quão péssimo era o seu estado. Ele estava coberto de lama, absolutamente repugnante. Ele caiu algumas vezes por conta da fatiga, caindo e rolando no chão. Aquilo era a sujeira acumulada.
“É provável que você esteja preocupado com os presentes de casamento, não é verdade?”
Lee ficou ainda mais chocado com o questionamento certeiro de Gai.
“Gai-sensei, você está lendo minha mente?!”
“No, é porque eu também fui convidado para o casamento…”
Gai também estava preocupado com os presentes.
Tudo sairia bem contanto que o presente de casamento não fosse ordinário.
Entretando, o problema também não podia ser muito estranho.
Não havia algum presente de casamento que combinasse os sentimentos que ele queria passar, algo que irradiasse sentimentos de vitória, amizade e esforço?
Lee e Gai ambos não conseguiam pensar numa boa resposta.
Qual tipo de presente transmitiria o poder e a paixão da juventude?
Existia mesmo esse tipo de presente no mundo inteiro?
Bem, se tinha algo que representasse a juventude, seriam os macacões verdes maneiros que ambos estavam usando.
Quando você diz “juventude fervente” a primeira coisa que vem em mente são lágrimas e suor, certo?
Será que suor e lágrimas podem ser incorporados num presente de algum jeito? Não?
Pra começo de conversa, as pessoas vivem apenas de força de vontade, não é?
Qual tipo de curry era melhor, tradicional ou extra apimentado?
A conversa chegou a seu clímax.
“Não, afinal” Lee disse entusiasmado, “O eu de hoje definitivamente acha que o curry extra apimentado é melhor-“
“Espera um minuto, Lee” Gai ergueu uma mão e o interrompeu. “Nós saímos demais do assunto. Em questões como esta, tem que haver concentração. Nós deveríamos voltar à raiz da conversa”.
“Então vamos voltar… à raiz da conversa…?”
“Sim, originalmente, esse problema dos presentes de casamento é sobre o casamento, certo?”
De alguma forma, a conversa deles tornou-se muito filosófica.
Quando Lee não foi capaz de contribuir com o assunto, Gai perguntou outra questão.
“Vamos pensar assim: qual é a coisa que você mais precisa trazer pra um casamento?”
O olhar de Lee estava focado enquanto ele pensava sobre o assunto.
O que era um casamento? Algo necessário para um casamento...
Um casamento é uma cerimônia onde duas pessoas que se amam tornam-se marido e mulher. Nesse caso, algo absolutamente essencial para a cerimônia seria-
“É… o amor…” Lee disse, olhando fixamente para Gai apesar de estar um pouco envergonhado pelo assunto. “Isso que é necessário, não é?”
“Isso é bem poético. Mas Lee, a resposta não seria o noivo e a noiva?”
Lee sentiu como se um raio de esclarecimento o tivesse atingido. Seu corpo inteiro enrijeceu como se ele tivesse sido acertado por um jutsu de eletricidade. Inconscientemente, um “AHHH!” alto escapou de sua boca.
“É-É verdade...!” Lee disse, “Se o noivo e a noiva não estiverem lá, não vai haver casamento...!”.
“Certo? Uma cerimônia de casamento sem o noivo e a noiva seria apenas uma cerimônia comum, não um casamento. Uma cerimônia desnecessária sem nenhum significado!”
Lee passou todo esse tempo como um cego, sem enxergar o verdadeiro significado.
Gai parecia ser uma pessoa impulsiva e descuidada, mas ele na verdade era uma pessoa inteligente. Ele tinha a habilidade de ver além do óbvio, na raiz do assunto. Isso sempre foi algo que ele se espelhou em Gai.
“Nesse caso, precisamos pensar através da perspective do noivo e da noiva, e levar presentes que eles ficariam felizes em receber. Isso seria o melhor, não é mesmo?”
“Exato”, Gai disse. “Yosh, então vou pensar em um presente para o noivo! Lee, você pensa em um pra noiva!”
“Entendido, Gai-sensei!”
“Vamos pensar não através da nossa perspectiva, mas sim daqueles que vão receber...!”
Os dois homens se encararam com seus cortes de tigela e sobrancelhas estufadas, e juntaram as mãos firmemente, pensando sobre o assunto. Era um espetáculo matinal.
Lee estava desesperadamente tentando pensar através do ponto de vista da noiva.
Se eu fosse uma noiva... Eu estaria vestido no meu vestido de casamento e indo pro casamento... E depois disso...
Casamento, parto, trabalho doméstico, cuidar dos filhos...
Palavras e imagens passavam pela mente de Lee em flashs sucessivos.
Ir ao mercadinho com o meu bebê nos braços.
Vigiar o bebê enquanto limpo o quarto.
Carregar o bebê nas minhas costas enquanto eu abro o sétimo dos Oito Portões... O portão de Choque!
Ter um bebê é algo muito sério.
Criar e cuidar de uma criança, então definitivamente, você precisaria de força física e econômica, certo?
Naquele momento, uma imagem veio à mente de Lee. Ele podia imaginar Hinata segurando uma criança ternamente e Naruto observando os dois.
E de repente Lee percebeu que todo esse tempo ele estava pensando no que dar a Naruto de presente de casamento. Só depois de tentar entender a noiva foi que ele percebeu isso. Um casamento não é algo que se faz só.
Dito isso, o melhor presente para alguém que eventualmente será mãe-
“Lee, lembre bem disso, mais que estamina... força física...”
As palavras que Neji disse no sonho vieram à mente.
Eu finalmente entendi Neji. Você estava preocupado com Hinata, não é mesmo?
Lee acenou para si mesmo, e então...
“Eu sei o que é…!” Lee disse confiantemente. “Para proteger a casa e a família, força física é necessária... Ao maior nível possível!”
Gai assentiu e também respondeu. “Agora mesmo, eu pensei em todo o trabalho para manter um lar, consertar coisas, dedetização, encanamento e carregar as compras. Músculos desenvolvidos são necessários para tais tarefas. Nesse caso, a nossa conclusão deve ser a mesma. Os presentes que nós devemos dar são...” Gai sorriu para Lee com satisfação.
“... Halteres!” (N/T: Os pesos de academia, dos maromba e etc)
Lee se deu conta de uma única lágrima escorrendo de seu olho direito.
“Eu também…” Lee fungou. “Desde o início... Na minha segunda volta pela vila... Eu pensei nisso também...!”
Lágrimas escorriam incontroladamente pelo rosto de Lee.
“Gai-sensei! Gai-senseeeeeeeeeeeeeeei”, Lee soluçou e jogou-se nos braços do instrutor.
Lee estava em êxtase. Seus pensamentos não estavam errados. O seu instrutor havia aprovado sua ideia. Sua alegria era pura e simples.
Gai também chorava. Enquanto lágrimas encharcavam seu rosto, ele apertou o abraço. “Lee! Você pega o haltere para o braço direito e eu pego o haltere pro braço esqueeeeeeeeeerdo!”
Gai gritou para os céus. “UOOOO! EU PEGO OS HALTERES ESQUERDOOOOOOOOOOS!”
Por algum tempo, os dois se abraçaram e choraram copiosamente.
Graças a Gai, Lee finalmente encontrou um presente de casamento que perfeitamente expressava seus sentimentos pelo casal. Seu coração estava leve.
Pouco depois da conclusão, os dois saíram para comprar os halteres o mais rápido possível. O comerciante ficou muito surpreso por vender dois halteres tão cedo da manhã.
Por favor, olhe para cá, Neji. Eu vou te mostrar o presente de casamento que eu comprei. Esses halteres...!
Gai sorriu ao ver a expressão determinada de Lee.
“Lee, com isso nossas preparações para o casamento estão completas!”
“Sim! Esses pesos que arrumamos... eles definitivamente serão o melhor presente de casamento!”
“Yosh, vamos fazer uma corrida segurando estes pesos! Vamos lááááááá!”
No minuto que as palavras saíram da boca de Gai, ele começou a mover freneticamente os pneus da cadeira de rodas, disparando na frente de Lee numa nuvem repentina de terra e vento.
Lee foi deixado para trás observando as costas de seu sensei numa cadeira de rodas desaparecendo no horizonte.
“Espere por mim, sensei!!”
Hoje, Konohakagure estava cheia de um clima de juventude.
No mesmo dia...
Kakashi realmente recebeu muitas reclamações, todas com o mesmo assunto:
“De manhã bem cedo, dois homens estranhos estavam chorando e gritando a respeito de alguma coisa atrás da minha casa. Eles eram muito barulhentos!"
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